terça-feira, 24 de agosto de 2010

Espiritualidade e Religião

Hoje fiz algo que há muito muito muito tempo não fazia. Fui a uma missa com meu esposo, ele queria ir e fui junto.
A igreja não é um lugar que costumo frequentar, tenho minha religiosidade mas não necessariamente em uma igreja. Nada contra quem frequenta também, acho que temos uma liberdade religiosa bem abrangente e que tem espaço para todas as manifestações.
Durante a missa não pude deixar meu pensamento no lugar, me recordei de quando fiz a catequese que eu frequentava a igreja mais seguidamente e que sabia me "portar" numa missa, sabia até o ato de contrição(que fala que somos pecadores, que precisamos de perdão).
 Hoje me senti um peixe fora d'água.
Não sabia a hora de nada e não sabia as orações nem os cantos.
E sinceramente não consiguiria ir mais vezes eu acho. Pra mim as coisas precisam fazer um certo sentido, tudo precisa fazer sentido, e eu não entendo esse ritual da missa. As pessoas sentam, levantam, repetem coisas que poucos falam, ficam todos com espressões deprimidas, tristes em sua maioria, ficam parados um bom tempo sem fazer nada. ( Talvez quem frequenta seguido saiba essa dúvidas).
Pra mim (deixo claro que essa é minha opinião muito pessoal) isso não basta. Para minha espiritualidade eu preciso de mais sentido.
Me lembrei também das sensações que eu tinha na igreja quando era mais nova, eu tinha medo dos anjos dos quadros. Não aquele medo sabe, mas as imagens de anjos me fazem sentir um misto de medo, uma paz estranha. Eu não lembrava também que a igreja era tão clara. Mas é uma sensação boa, interessante.
Acho muito legal o trabalho que aquele Padre específico faz, tentando ajudar  as pessoas e admiro isso.
Há alguns dias uma colega e eu estavamos conversando sobre nossos alunos e a influencia da igreja na vida escolar. É visível a diferença das crianças que tem esse lado da espiritualidade mais aguçados pelas famílias, independente de religião. Tenho alunos católicos, protestantes, evangélicos, e outros que nunca falam em religião ou em Deus. E esses que frequentam as igrejas, que rezam, que oram em casa com suas famílias tem uma educação diferente, uma postura diferente e mais tranquila.
Eu frequentei a igreja, mas sou pagã de nascença, porque a igreja nunca supriu minhas necessidades, sempre busquei a natureza em minhas orações, sempre me questionei sobre os rituais, sobre o tal do pecado, nunca entendi o se confessar, e mais um monte de coisas.
Sou uma bruxa e cada vez me convenço mais disso.


"Sou da Lua, da Lua eu vim...

Encantos, feitiços com ela aprendi

Sou única, sou bruxa, sou fases, sou Lua

Protejo de longe, energizo você,

Guardo seus passos, influencio seus atos

Seu banho revigoro, recarrego energias

Mudo de fases para mostrar amor por você

Lua Branca ilumina meu rastro, para não te perder

Lua Azul vibra meus encantos,

Enfeitiça meu amor para nunca esquecer.


Clareia a vida, minhas noites mal dormidas

Quando penso em você.

Céu estrelado, lua de fases, cheia de amor por você. Vem!


Te espero na imensidão do espaço seguindo meus passos, já sou toda sua...


Sou Bruxa da Lua"






sábado, 14 de agosto de 2010

Que marca voce vai deixar no mundo?

Na sexta-feira a noite meus alunos foram cantar o hino da cidade na abertura da Escola de Pais do Brasil em nossa cidade. Logicamente fui junto com eles e fiquei até o final onde tivemos uma palestra com o casal Claire e Ivo Pioner que são Delegados regionais da EPB e o casal Marinês e César Detoni, ele é médico e terapeuta familiar.
As duas palestras foram ótimas, apesar do frio, a segunda com o médico César me lembrou muito a faculdade, e a primeira qdo ele falou dos temas do Curso de Aperfeiçoamento e Treinamento, me fez refletir muito.
O último tema é "Como marco o mundo com minha presença".
Nossa, isso é muito profundo.
Como eu vou marcar o mundo com minha presença?
Sou uma professora e como tal a gte tem um certo "poder" com nossos alunos que é incrível. A gte pode passar coisas pra eles que podem ser pro bem ou pro mal (não gosto desses termos bem e mal, nem sei pq usei).
A gte pode influenciar eles de muitas formas, ensinar coisas úteis ou inúteis, a gte pode mostrar pra eles que um abraço é muito bom, ou passar um ano inteiro sem abraçar ninguém. A gte pode tranmitir medo, raiva, insegurança, ou tudo de bom, alegria, sorrisos, esperança.
Confesso que isso me assusta um pouco.
Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas esses dias percebi que tenho falado para meus alunos falarem "Agradecida" ao invés de "Obrigada" e tal foi a minha surpresa qdo percebi que alguns pais estão utilizando essa expressão. Uma outra aluna minha disse que quer morar comigo e falou isso de uma maneira muito séria.
E isso me assusta às vezes. Essa forma de influenciar eles é muito forte.
Talvez seja ilusão da minha cabeça e a gte não tenha esse poder todo. Mas talvez sim.
E qdo o palestrante falou dessa marca que a gte vai deixar no mundo eu me questionei muito. Qdo esses meus alunos forem adultos, o que eles vão lembrar desse período da vida deles, como eles vão ser, pessoas felizes e amorosas como são agora, amigos acima de tudo, que cuidam dos outros e do planeta, ou não???
Hoje meus alunos são crianças incríveis que me enchem de orgulho, que tenho vontade de mostrar para o mundo todo como são incríveis, alegres, responsáveis, amorosos, muito amigos, companheiros. E daqui há alguns anos? Como eles serão daqui há 10 anos?
Será que lembrarão da escola, das professoras, dos amigos?
Me lembrei também da nossa frase na sala, que eu e minha colega (que é um presente maravilhoso, adoro tê-la como colega, como amiga) estamos usando, que na verdade copiamos do Programa Legendários, "A gente pode não mudar o mundo, mas estamos tentando".
É isso que a gte enquanto professora faz. Tenta mudar o mundo que vivemos, transformar, melhorar, mudar o que está errado,  levar alegria, dar uma de psicóloga, médica, enfin, tdo o que puder, para melhorar a vida de nossos alunos e passar alguma coisa boa.
E isso assusta as vezes.
E às vezes também parece tdo tão absurdo, parece que é tudo ilusão mesmo.
Será que é verdade?
Quantas marcas vamos deixar no mundo?
Quais marcas vamos deixar?